A D. Joaquina é uma mulher fogosa, corpulenta e carismática. É casada com Aristides faz mais de dez anos e foi a sua única namorada.
Aristides é louco pela mulher e a mulher é louca por ele. Formam uma simbiose perfeita em que um não pode estar sem o outro.
Aristides não vive sem a energia e o fogo da mulher, Joaquina não vive sem a calma e a terra do marido.
A energia de Joaquina contagia e atrai mesmo as pessoas que ela não conhece. É uma mulher culta e inteligente com uma voz que se ouve à distância e uma gargalhada inconfundível.
É claro para toda a gente que quem manda na relação do casal é Joaquina. Que é ela que toma as decisões, é ela que tem a última palavra nas discussões, é ela que tem o poder.
Joaquina é a típica mulher mandona. Foi ela escolheu a casa, o nome dos filhos, a roupa que Aristides tem vestida.
E Joaquina é tudo para Aristides, que se sente como quem lhe tenha saído a sorte grande, quando fala na e com a mulher. Ela é mais do que ele tinha alguma vez imaginado que lhe calharia na rifa e ele sente sempre que não sabe o que é que tem ou o que é que faz para que ela continue com ele, quando, na sua perspetiva, ela poderia ter qualquer homem que quisesse.
Aristides é também o homem perfeito para Joaquina em todos os aspetos, menos num.
É que se Joaquina está habituada a mandar e gosta de ser líder em tudo, a verdade é que gostaria de ser dominada na cama.
Joaquina sonha com o dia em que Aristides a prenda contra a parede, fazendo uso da sua força bruta e a beije, com o dia em que a amarre mesmo a sério, que lhe chame nomes, que lhe diga o que fazer. Lhe ponha uma mordaça, a mande calar.
Já tentou abordar o assunto várias vezes.
Uma vez pediu a Aristides que lhe chamasse nomes:
-Chama-me nomes!
Ao que Aristides respondeu surpreendido:
- Mas... FOFINHA! Nomes?? Como assim, nomes?
- Insulta-me Aristides! Insulta-me! Puxa-me o cabelo!
Atónito, a meio do ato, mas querendo agradar à esposa, Aristides reagiu sem jeito dizendo sem convicção "menina má..." e fez-lhe uma festinha no cabelo.
Joaquina fez outras tentativas, pedido-lhe que desse umas palmadas, que a agarrasse com força, mas o marido - um homem corpulento e musculado - tem sempre medo de a magoar: bate-lhe devagarinho, perguntando imediatamente a seguir "magoei-te, fofinha?" e nunca a agarra de forma a que ela não se consiga soltar.
Esta situação, que não deixa de enternecer o coração de Joaquina, deixa-a
frustrada porque sente que o marido não lhe dá o que ela quer e fantasia
sexualmente.
Aristides até comprou umas algemas numa sex shop numa tentativa de agradar mais à esposa. Mas as algemas eram de plástico e rapidamente Joaquina percebeu que além de francamente frágeis, elas possuíam uma patilha de segurança que lhe permitia libertar-se quando desejasse e que retiravam metade do picante ao jogo erótico.
Assim, na hora H, quando tem dificuldades em atingir o orgasmo, Joaquina lá tem de recorrer à ideia do polícia com ar de mauzão por quem passa todos os dias e que já a admoestou por duas ou três vezes por pequenas infrações ao trânsito.
A última das quais propositadamente cometida.
Joaquina ponderou que poderia pagar uma multa, mas achou que valia bem a pena. E mesmo que fosse presa, podia ainda assim valer a pena, desde que fosse ele a efetuar a detenção e que a revistasse.
A D. Joaquina ama o marido e sente que seria incapaz de o trair, mas na sua cabeça nunca está muito longe a ideia de que, realmente, seria outra coisa fazer amor com algemas de verdade.
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