Esperou por ele com o vestido azul claro cintado do estilo anos 50 de que ele tanto gostava. Tinha pintado as unhas de vermelho e posto eye liner, duas tarefas que a entediavam de morte. Esticou o cabelo. Não trazia roupa interior.
Fez o bolo que ele gostava e decorou-o a rigor. com icing sugar e morangos. Fez natas à parte, para umas brincadeiras que pudessem surgir depois.
Cozinhou o jantar com primor e decorou a mesa com ainda mais gosto, acendendo velas altas no centro, ao lado de uma jarra fina com uma única rosa vermelha.
Lídia sentia-se preparada devidamente para o aniversário.
Comprou-lhe um presente caro. Sim. Sabia que era uma tonta, por fazer tantas coisas, mas o amor, enfim... o amor não mede esforços. E afinal de contas apenas o que damos é nosso para sempre.
Acabou todos os preparativos meia hora antes da hora a que ele sempre chegava.
Confirmou todas as coisas, verificou se estava tudo no seu devido lugar. E estava.
Ligou o dispositivo elétrico que perfumava a entrada.
Acendeu mais umas quantas velas.
Como ainda faltava tempo, foi para o quarto olhar-se ao espelho, ver se estava bonita como queria, dar os últimos retoques no maldito eye liner que nunca lhe ficava como ela gostava.
Lembrou-se que devia ir abrir o vinho para ele "respirar". Decidiu, nas tarefas próprias de quem não tem mais nada que fazer, que valia a pena lavar o decantador e pôr o vinho a "respirar" devidamente.
E ainda assim faltava pelo menos um quarto de hora para ele chegar. Pelo menos, porque às vezes o trânsito ou algum colega faziam-no demorar-se mais um pouco.
Decidiu então que se calhar valia a pena fazer uma seleçãozinha musical para o jantar.
Como não tinha aparelhagem, ligou o computador e a internet para escolher no seu site musical favorito as músicas para a noite perfeita.
Levou algum tempo e quando olhou para as horas tinha ainda 5 minutos antes de ele chegar.
Confirmou se o presente estava no sítio certo e fez mais uns floreados no cartão.
Depois sentou-se no sofá a fazer de conta que lia um livro enquanto que esperava que ele chegasse.
Ele não chegou.
Chegou uma mensagem ao telemóvel.
Um ano depois de terem começado a namorar já nada daquilo fazia sentido para ele. E ele não tinha coragem de a enfrentar. Ele sabia que era um fraco e um cobarde. Mas pelo menos não era mentiroso.
E não ia jantar.
Lamentava estar a fazê-la sofrer. Mas ele não a merecia, ela merecia alguém que estivesse à altura dela. Ele tinha os problemas dele, as coisas dele em que pensar, ele não estava bem e não era homem para ela. E ia sempre gostar dela, mas aquela relação também não era para ele.
Lídia, em choque, não sabia o que pensar e o que sentir. Parecia que tinha acabado de ser atropelada numa passadeira por um camião que não ouviu chegar, atingida por uma onda surda.
Olhou para o telemóvel e para a mensagem extensa sem conseguir pensar em nada. absolutamente nada.
Olhou à volta e todo aquele esforço de preparação lhe pareceu estúpido.
Levantou-se do sofá e desligou o fogão, onde a comida se apurava em lume muito brando.
Pensou que João não podia estar bem; que alguma coisa tinha de se ter passado. Que não era possível acontecer o que estava a acontecer. Não era possível.
Ligou para o telemóvel dele. Não atendeu. Tinha desligado o aparelho.
Sentiu-se humilhada, rejeitada, desprezada na sua mais íntima essência, no que de mais puro o seu ser tinha.
Foi ao quarto, tirou o vestido, vestiu roupa interior e uns jeans com uma t-shirt justa, certificou-se que tudo estava desligado e todas as velas apagadas. e saiu de casa.
Plantou-se à porta de casa dele, à espera que ele aparecesse, para o obrigar a dar-lhe pelo menos a explicação que ela merecia, a pelo menos lhe dizer na cara o que tinha dito por sms.
O carro dele não estava no lugar do costume. Estacionou o carro dela discretamente num sítio com boa visibilidade para a sua porta e deixou-se estar, acordada, sem ver o tempo passar, sobressaltada por todos os vultos que entravam e que saiam da porta do prédio dele.
Até que finalmente ele chegou, já a horas de madrugada tardia, com o ar indisfarçável de quem dormiu noutra casa, no aconchego de outros pés.
Saiu do carro e intercetou-o à porta.
Disse-lhe que merecia uma explicação, uma justificação, qualquer coisa mais do que um mísero sms.
Lídia tinha a esperança ténue de perceber na sua ação alguma boa justificação para tudo o que acontecera nessa noite. Algo tão lógico e simples que a fizesse perdoar tudo e o fizesse desmanchar-se em desculpas amorosas. Que fizesse com que ambos ligassem para os trabalhos declarando-se doentes e ficassem a dormir juntos todo dia, e a festejarem o aniversário com o banquete que ela preparara, nos intervalos do amor.
João foi rude e grosseiro. Disse-lhe que não fazia sentido ela estar a humilhar-se daquela forma, que achava que ela tinha mais amor próprio. Que aquilo não era uma atitude digna. Que ela devia respeitar-se a si mesma e à decisão de João. Que tivesse vergonha, que olhasse para a figura que estava a fazer, por amor de Deus.
Lídia quis bater-lhe. Ainda pensou em fazê-lo, mas depois achou que seria insensato. Que aquele não era o João que ela conhecia, e que não queria meter-se numa escaramuça e piorar a situação àquelas horas da manhã.
Perguntou-lhe de novo o que se passava, agora de forma mais dócil. mas João repeliu-a da mesma forma bruta e bestial.
Lídia queria muito agredi-lo, feri-lo no seu eu mais íntimo, retaliar da dor que ele lhe provocava sem qualquer compaixão. mas não tinha como; estava completamente bloqueada pela dor que sentia.
Apenas lhe ocorreu dizer-lhe um "nunca mais me vês". Porque achou que era a única coisa que lhe poderia ferir a carapaça. Mesmo sabendo que poderia não ser verdade.
Porque o facto é que Lídia ainda continuava a gostar dele. Não lhe era possível desligar o amor que sentia por ele como se fosse um interruptor, apagar o fogo do seu peito.
Ligou para o escritório e disse que tinha de meter um dia de férias por motivos pessoais, que era uma emergência.
Foi para casa e dormiu vestida e sem fechar a persiana.
Teve sonhos estranhos, todos eles com João. Achou que tinha que ter estado muito cega para não perceber que aquilo estava para acontecer porque este tipo de coisas não acontecem do dia para a noite, este tipo de coisas não surgem do nada... Que sinais teria ela andado a ignorar sob a capa do "confio totalmente em ti e no teu amor, sou tua para todo o sempre"?
Em todos os pesadelos havia uma quantidade absurda de violência, ora infligida por ela, ora infligida por ele. No passado, no presente, no futuro. Sonhou que era abandonada no altar, sonhou que era abandonada enquanto grávida, com filhos pequenos, sonhou que era abandonada na velhice. E todos os cenários eram maus. Nenhum cenário era coerente com o que tinha imaginado para eles os dois. Em nenhum cenário ele se "portava bem" com ela.
Quando acordou, percebeu que tinha chorado a noite toda enquanto sonhava e que isto não estava certo.
Ligou à melhor amiga e contou-lhe o sucedido, ainda com uma vaga esperança que ela lhe dissesse que estava a ser tola e obviamente havia uma boa explicação para aquilo. A amiga só veio confirmar que ele havia muito que não a correspondia como era suposto, que não demonstrava afeto por ela... E que não percebia como podia ela ter estado tão cega. Que achava que ela sabia...
Lídia continuava em choque.
Ligou para outra amiga que lhe contou que achava que eles tinham acabado havia tempos porque sabia que ele andava a "conversar muito" com outra pessoa.
Então, começou a juntar as peças do puzzle que se recusara reconhecer até então. E percebeu o inegável. Ele já tinha começado a desligar-se dela fazia algum tempo e claramente já começara a desviar as suas atenções para outra pessoa, o pulha.
E, de repente, sentiu-se mesquinha. muito mesquinha.
E decidiu que se iria vingar dele da pior forma, a única forma capaz de retribuir o que ele lhe fizera.
Decidiu que o ia expulsar sem dó nem piedade da sua vida. Até não deixar mais rasto. Da maneira discreta, decidida e definitiva que as pessoas que realmente fazem as coisas o fazem. Sem avisar previamente. Sem fazer alarido.
Limpou a casa da presença dele. Limpou a gaveta dele. Tirou a escova de dentes dele do lavatório. os ténis das escadas. as fotografias dos passepartouts. os presentes que ele lhe dera. a roupa dele do armário dela. e as coisas que se espalhavam subreptíciamente por todo o lado. Os óculos de sol dele do armário da entrada.
Pôs tudo num saco enquanto chorava copiosamente e gritava de dor e raiva.
Da refeição que preparara para eles, ofereceu um jantar às melhores amigas que convocou e compareceram solidárias, para comer e dizer muito mal dele e muito bem dela. Para lhe darem colo e apoio. Para lhe oferecerem o ombro e jurarem dramaticamente e em vão que o atropelavam se o vissem numa passadeira. Para lhe dizerem com sensatez e convicção que tinha acontecido pelo melhor e ainda bem que acontecia agora e não depois, que ela era melhor que aquilo e que ele ainda se havia de arrepender. muito.
Lídia enviou um sms a João a dizer que tinha uma semana para ir buscar as coisas dele a casa dela ou a outro sítio onde ele quisesse que ela as deixasse; que findo esse prazo deitava tudo ao lixo.
Ele não respondeu e ela deitou tudo no lixo, num gesto simbólico e catártico.
E nunca mais o contactou para nada. Conseguiu resistir a todos os impulsos de lhe mandar um email, uma mensagem, de lhe ligar, de aparecer nos sítios onde ele ia sempre "por acaso".
E com o tempo esta decisão tornou-se mais fácil de implementar, deixou de ser a luta titânica entre o seu coração e o seu cérebro onde os amigos e a família desempenharam um papel fundamental, porque a permitiam estar ocupada e a ter a quem ligar quando a tentação parecia impossível de resistir.
E um dia, quando Lídia já não esperava, o "João de antigamente" voltou a rondar-lhe a porta com arrependimento.
Primeiro não disse nada. Durante meses rondou o seu círculo social, aparecedo "por acaso" nos eventos a que ela também ia, fazendo-lhe "olhinhos de carneiro mal morto", tocando-a em sítio estratégicos quando precisava de passar por ela. Lídia manteve a pose e o civismo, com o habitual e muito falso discurso de "somos adultos e não há qualquer razão pela qual não possamos conviver pacificamente quando ainda por cima temos amigos em comum", mas virava a cara depois de lhe sorrir e distanciava-se de forma muito cortês.
Passado uns meses de ela o ignorar com simpatia e cordialidade, João acabou numa noite de muitos copos a dizer-lhe que não aguentava mais, que ele tinha sido um anormal, não percebia como é que podia não ter visto o que estava a perder, que não sabia como podia ter feito aquilo, como podia tê-la trocado por outra, tê-la deixado sair da sua vida. Que ninguém se comparava a ela, que ela lhe tinha dado mais do que outra qualquer pessoa na vida. Que achava que ela era a mulher da vida dele.
Lídia sorriu num sentimento misto de vitória e pena. Vitória pela volta que a vida dera. Pena pelo "João de agora" que sofria, pelo "nós" que era tão bonito e podia ter existido se não tivesse acontecido aquilo tudo. Pena dela que tinha sofrido tanto e afinal ele tinha estado mesmo errado, ele tinha-se mesmo arrependido e queria voltar para ela.
E sem oferecer mais explicações, Lídia mandou-o embora com uma tranquilidade e firmeza incontestáveis.
Fez questão de lhe oferecer uma embalagem de chá à saída. Porque às vezes é menos o "que" fazemos e mais o "como" fazemos que determinam se temos direito a segundas chances na vida, ou não.
Um catálogo de personagens imaginárias para ficç(aç)ão. um kit de ideias. para pensar, escrever ou sonhar.
quinta-feira, janeiro 26, 2012
sexta-feira, janeiro 13, 2012
Gomes
Tinha opiniões sobre tudo e achava-se um homem moderno, dos dias de hoje. Evoluído, informado, liberal, de mente aberta.
E não obstante, toda esta filosofia de ser um homem esclarecido, na vanguarda do seu tempo, capaz de conversar sobre qualquer coisa, em casa, Gomes era um homem mandão. Dizia-se a favor da igualdade, mas às mulheres que tomavam a iniciativa numa relação ele chamava de oferecidas e dizia "nunca pensei". Era a favor do aborto por motivos mais egoístas do que podia admitir. Dizia-se a favor do casamento homossexual desde que eles mantivessem a sua vida dentro da casa deles. Reclamava que era um libertário, mas era-o apenas das liberdades que lhe interessavam.
Dizia meio a sério, meio a brincar que "lá em casa é tudo muito equilibrado: eu sujo, ela limpa, eu gasto, ela paga...". E no meio das discussões mais acesas, quando se enervava muito, por vezes até lhe saia a frase icónica do seu pai "andas-me a perder o medo".
Gomes dormia como um rei no meio do seu domínio: a mulher debaixo de um braço e a gata do outro. E não gostava cá de zaragatas. São sabia que o seu lugar era à direita, a gata sabia que o seu lugar era à esquerda.
Acordava de manhã, religiosamente, apesar de detestar as manhãs, e ia sempre para o trabalho, estivesse como estivesse, feliz ou infeliz, doente ou sadio. Em 20 anos de trabalho faltou duas vezes. Em ambos os casos estava no Hospital.
A mulher fazia-lhe o café e o pequeno almoço e mantinha o silêncio na casa porque Gomes, mais do que os benfiquistas, odiava as manhãs.
Vestia a camisola interior caviada que tinha em duas cores: ou brancas ou pretas que usava por cima da barriga proeminente e por baixo das camisas. Gostava de vestir bem, e usava sempre perfume. Mesmo quando ia para os trabalhos mais sujos de pichelaria, gostava de estar apresentável por baixo do fato-macaco - até porque nunca se sabe quando se vai encontrar alguma freguesa mais fresca ou necessitada.
Gomes gostava de lançar charme sobre todas as mulheres, essas criaturas que dissessem o que dissessem, não o enganavam. Ele não era um puto inocente e da operária fabril à advogada, ele sabia o que a casa gastava. Já tinha vivido qb e orgulhava-se muito disso.
Considerava-se um homem do mundo e citava orgulhosamente António Aleixo para dizer que se tinha formado na Universidade da Vida. Considerava que ir às meninas ocasionalmente não era um ato de machismo antiquado, antes uma questão social, porque ia com os amigos (esses sim, gente antiquada e machista) a convívios e despedidas de solteiro e gostava de se integrar com o grupo, eram uma "pessoa social"; além do que sempre aprendia algumas coisas e - mais ainda - ensinava umas quantas àquelas mulheres que achavam que eram "da vida", mas que comparadas com ele eram umas miudas.
E assim Gomes vivia no limbo dos dois mundos que residiam nele: a modernidade de que queria ser parte e o homem à moda antiga que era na realidade. Como se a sua razão e o seu coração habitassem dois mundos distintos.
Só que independentemente de perceber que não era a pessoa que aspirava ser, nas suas ações mais básicas, corriqueiras e instintivas, nas suas opiniões sentidas, nas decisões que acabava sempre por tomar, Gomes era uma relíquia de homem, um homem à antiga, daqueles que já não se fazem mais.
E que não se fazem mais por algum motivo - chama-se evolução.
E não obstante, toda esta filosofia de ser um homem esclarecido, na vanguarda do seu tempo, capaz de conversar sobre qualquer coisa, em casa, Gomes era um homem mandão. Dizia-se a favor da igualdade, mas às mulheres que tomavam a iniciativa numa relação ele chamava de oferecidas e dizia "nunca pensei". Era a favor do aborto por motivos mais egoístas do que podia admitir. Dizia-se a favor do casamento homossexual desde que eles mantivessem a sua vida dentro da casa deles. Reclamava que era um libertário, mas era-o apenas das liberdades que lhe interessavam.
Dizia meio a sério, meio a brincar que "lá em casa é tudo muito equilibrado: eu sujo, ela limpa, eu gasto, ela paga...". E no meio das discussões mais acesas, quando se enervava muito, por vezes até lhe saia a frase icónica do seu pai "andas-me a perder o medo".
Gomes dormia como um rei no meio do seu domínio: a mulher debaixo de um braço e a gata do outro. E não gostava cá de zaragatas. São sabia que o seu lugar era à direita, a gata sabia que o seu lugar era à esquerda.
Acordava de manhã, religiosamente, apesar de detestar as manhãs, e ia sempre para o trabalho, estivesse como estivesse, feliz ou infeliz, doente ou sadio. Em 20 anos de trabalho faltou duas vezes. Em ambos os casos estava no Hospital.
A mulher fazia-lhe o café e o pequeno almoço e mantinha o silêncio na casa porque Gomes, mais do que os benfiquistas, odiava as manhãs.
Vestia a camisola interior caviada que tinha em duas cores: ou brancas ou pretas que usava por cima da barriga proeminente e por baixo das camisas. Gostava de vestir bem, e usava sempre perfume. Mesmo quando ia para os trabalhos mais sujos de pichelaria, gostava de estar apresentável por baixo do fato-macaco - até porque nunca se sabe quando se vai encontrar alguma freguesa mais fresca ou necessitada.
Gomes gostava de lançar charme sobre todas as mulheres, essas criaturas que dissessem o que dissessem, não o enganavam. Ele não era um puto inocente e da operária fabril à advogada, ele sabia o que a casa gastava. Já tinha vivido qb e orgulhava-se muito disso.
Considerava-se um homem do mundo e citava orgulhosamente António Aleixo para dizer que se tinha formado na Universidade da Vida. Considerava que ir às meninas ocasionalmente não era um ato de machismo antiquado, antes uma questão social, porque ia com os amigos (esses sim, gente antiquada e machista) a convívios e despedidas de solteiro e gostava de se integrar com o grupo, eram uma "pessoa social"; além do que sempre aprendia algumas coisas e - mais ainda - ensinava umas quantas àquelas mulheres que achavam que eram "da vida", mas que comparadas com ele eram umas miudas.
E assim Gomes vivia no limbo dos dois mundos que residiam nele: a modernidade de que queria ser parte e o homem à moda antiga que era na realidade. Como se a sua razão e o seu coração habitassem dois mundos distintos.
Só que independentemente de perceber que não era a pessoa que aspirava ser, nas suas ações mais básicas, corriqueiras e instintivas, nas suas opiniões sentidas, nas decisões que acabava sempre por tomar, Gomes era uma relíquia de homem, um homem à antiga, daqueles que já não se fazem mais.
E que não se fazem mais por algum motivo - chama-se evolução.
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