Elias tinha um pénis especialmente pequeno.
Era de resto bem constituído e bonito. Dotado de um físico invejável e de uns olhos verdes a que nenhuma fêmea era capaz de resistir, Elias tinha esse pequeno, pequeníssimo senão.
Estava habituado a ser assediado de forma mais ou menos descarada por mulheres de todas as faixas etárias e géneros. Elias culminava a sua boa aparência com uma cortesia irrepreensível e um charme absurdo. E gostava da "caça", embora tivesse uma sensação ambígua perante a mesma.
Dada a sua condição, desenvolvera ao longo dos anos uma série de estratégias para evitar os olhares de desprezo, risinhos, incredulidades e humilhações a que as mulheres, cruéis, o podiam submeter na intimidade.
Era um amante competente e incansável, fazendo jus ao adágio português, que repetia para si mesmo "enquanto houver língua e dedos, não há medos!". Era fogoso e imaginativo e alternava a penetração que raramente era sentida com toques e beijos e voltas de forma que se notasse o menos possível a sua pequenez. E nunca deixava que o vissem completamente nu.
Embora as suas primeiras experiências sexuais tivessem sido um fiasco humilhante, de há uns anos para cá, Elias gozava de uma reputação brilhante no que tocava ao sexo e era claro para todas as mulheres com quem dormia que não havia qualquer possibilidade de uma relação ou de a experiência se repetir muitas vezes, por isso que "aproveitassem o dia".
Para Elias era impensável que alguma mulher alguma vez o quisesse da maneira que ele era e o simples pensamento de se apaixonar e ser deixado pelo tamanho do pénis, como acontecera no passado, era insuportável. Então, preferia manter o coração frio e as mãos quentes.
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